sexta-feira, 24 de abril de 2009

AS MÁSCARAS DA NOITE

Sob a chuva miudinha
Por ruas escuras
Me lembro de vaguear.
E ter passado sob
Arcadas lúgubres e sombrias;
Por mulheres de roucas vozes
E estridentes gargalhadas
Que me chamavam.
Por bêbados que praguejavam
Cambaleando.

Sob a chuva miudinha
A lua suspensa tão baixo no céu
Ocultava-se por negras nuvens.
O tempo parecia arrastar-me
Com pés de chumbo
E apesar de tudo tinha medo;
Gelava de pavor.

… E ao romper da madrugada
Encontrei-me no topo da Richmond Hill.
Por fim, as trevas dissiparam-se
E o céu gracejou-me com clarões de fogo
Ramificando-se em pérolas perfeitas
À vista clássica do Tamisa.


in "Atmosferas reservadas"

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